Ele se chamava Selvin, veio dos EUA para o Brasil há alguns anos atrás, estudar alguns possíveis casos de paranormalismo que estavam acontecendo no interior de Santa Catarina.
Mudou-se para um hotel, onde ficou hospedado por uns dois meses fazendo uma pesquisa.
Corriam boatos pela cidade que havia sido descoberto uma casa no meio de uma mata onde tinha ocorrido um assassinato em série no ano de 1925.
Curioso demais decidiu que no dia seguinte bem cedo iria até a cabana misteriosa.
Cinco da manhã.
O sino da pequena igreja toca, acorda e se veste com roupas resistentes. Sai rapidamente, antes que outras pessoas percebam. Ainda estava meio escuro, mas até chegar à mata o sol já teria nascido.
Um conhecido havia explicado como chegar na casa. Naquele momento se interessava mais em tirar fotos para divulgá-las posteriormente.
Entrou na mata e foi caminhando em direção ao sol. Ruídos estranhos pareciam o acompanhar, nem ligou pois poderiam ser pássaros ou lagartos.
Depois de uma hora de caminhada encontrou a pequena cabana, meio que com medo decidiu entrar e fotografar o mais rápido possível..
Dentro da casa repara que tudo está muito velho e sujo, na sala encontra uma foto de um homem com um olhar vibrande que parecia lhe observar.
Começou a tirar as fotos, primeiro do lado de fora depois tirou do quadro e dos outros cômodos da casa, até aí tudo normal.
A máquina de Selvin era digital, então antes de ir resolveu dar uma conferida nas fotos.
Começou a olhar e tudo estava correto, mas percebeu algo estranho: o quadro não havia saído na foto, tudo estava lá: a parede a moldura a sujeira menos a foto do homem.
Olha para a parede e a foto estava lá, pensou que poderia ter ocorrido um erro e novamente fotografou. Para seu espanto o homem não aparecia na imagem.
Assustado decidiu ir para o hotel. Estava quase saindo quando escutou uma voz bem baixinha cantando, olhou para o quadro e o misterioso homem parecia sorrir ele. Ficou gelado na mesma hora e suas pernas amoleceram.
Mesmo assim resolveu chegar bem perto para passar a mão no quadro, e quando tocou sentiu uma mão em seu ombro, rapidamente se virou e encontrou o homem do quadro com uma enxada em suas mãos, começou a gritar por socorro mas o homem empurrou Selvin para um canto da casa, levantou sua arma e começou a cantar a mesma música que Selvin ouviu quando estava para sair da casa.
O homem olhou profundamente em seus olhos e disse dando risadas: "Agora é a sua vez!!!!"
Depois disso Selvin não viu mais nada.
A única coisa que ele vê hoje é a visão da porta da casa e a lembrança do homem todo ensangüentado sumindo no meio da mata com uma enchada apoiada nos ombros.
Selvin ficou preso no mesmo quadro onde o homem estava, e o único meio de poder sair de lá vai ser quando outra pessoa tocar a foto, assim ele poderá matá-la e aprisioná-la naquele maldito quadro.
Desta forma Selvin terá pelo menos a chance de vagar pela Terra como aquele que viveu após a Morte.
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quinta-feira, 1 de maio de 2008
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008
Doces Sonhos

Nove e quinze de uma manhã ensolarada de terça feira, Jaqueline aguarda sentada em uma das poltronas da recepção do consultório médico do Dr. Tavares.
Suas noites estavam difíceis, pois a insônia predominava há semanas, seu belo rosto jovem de apenas vinte e cinco anos parecia cansado e doente. Provavelmente pela falta de descanso, ela vinha tendo algumas alucinações com vultos e imagens estranhas.
Aguardou por dez minutos, até que a paciente anterior abre a porta e sai da sala do médico.
Já muito inquieta e com sinais de irritação ela é chamada para a consulta.
Era a primeira vez que ela se tratava com o Dr. Tavares, aparentemente era um homem calmo e parecia gostar de sua profissão, o que causava estranheza era uma cruz invertida pendurada atrás da porta. Era muito pequena, mas como boa observadora, notara o objeto.
Disse para Jaqueline, que estes eram sintomas de um princípio de depressão, espantada ela pede um remédio, o médico diz para ela se dirigir para uma outra sala onde a enfermeira iria aplicar uma injeção que faria com que ela dormisse por um bom tempo até que retomasse suas forças.
Após ser medicada ela volta para o consultório, agradece o médico, e sente um certo incômodo, principalmente um pouco de dor em seu peito esquerdo onde possuía uma marca de nascença.
A injeção começa a fazer efeito por volta das duas horas da tarde, Jaqueline sente muito sono e segue para seu quarto onde poderia finalmente repousar.
Seu sono era profundo, mas alguns de seus sentidos permaneciam inalterados. Com o passar das horas, pesadelos começavam a se formar junto com alucinações demoníacas que faziam com que Jaqueline se mexesse muito na cama.
Na manhã seguinte Jaqueline acorda com uma forte dor de cabeça e sua marca de nascença doía. Nem se preocupou muito, pois pensava ser efeito do remédio.
Apesar de ter dormido por muito tempo ainda sentia-se cansada e com medo de algo que ela nem sabia ao certo do que se tratava.
Quase à noite, por volta das seis e meia da tarde, Jaqueline novamente sente sono e feliz por pensar estar curada segue para um bom banho, morava sozinha em uma bela casa muito próxima ao centro da cidade, o telefone toca, sai com uma toalha branca enrolada em seu corpo. Ao atender, nota que a voz era familiar, mas repentinamente o telefone ficou mudo.
Jaqueline acorda deitada na cama e enrolada em uma toalha amarela.
Sua memória estava falhando, chovia muito, ela estranha, pois antes de atender ao telefone estava uma bela tarde quente. Nem nota o fato da cor da toalha ser diferente.
Anda até a sala onde ao olhar para o relógio toma um susto ao ver que marcava cinco e trinta e quatro da tarde, muito confusa liga a televisão e assusta-se com o fato de já ter se passado um dia.
Preocupada e pensando ter desmaiado, marca uma nova consulta com o médico.
Nesta noite, a insônia voltara e Jaqueline nota que sua marca aumentara de tamanho.
Rápidas alucinações de pessoas pedindo ajuda vêem à sua cabeça.
Na manhã seguinte, já no consultório explica para o Dr. Tavares o que aconteceu com ela nos últimos dois dias. Ele diz que era perfeitamente normal, já que ela tomou um medicamento muito forte. Sobre os pesadelos e alucinações, dizia ele que eram apenas mais algumas reações.
Jaqueline com receio não comentou sobre as dores e o aumento de sua cicatriz.
Novamente a cruz invertida a incomoda muito.
Quando assinava sua ficha na recepção, sentiu-se mal e a lembrança de seu falecido pai vem a cabeça. A recepcionista preocupa-se, mas Jaqueline nega qualquer ajuda.
Jaqueline, sem dar muita importância para isso, entra em seu carro e vai até um supermercado fazer algumas compras.
Anda calmamente, realizando suas compras, por ser muito cedo o movimento era pequeno e ela tinha a impressão de ver vultos correndo entre as prateleiras. Sentia que alguém a vigiava e perseguia.
Compra tudo o que precisa e novamente volta para sua casa.
O sono retorna e Jaqueline deita-se para tentar dormir mais um pouco.
Morava sozinha, pois seus pais e dois irmãos haviam morrido em um acidente de carro quando voltavam da praia, felizmente Jaqueline trabalhava naquele dia e não pode acompanhá-los.
Dois anos já passaram, mas a lembrança deles ainda era viva em sua memória, Jaqueline acreditava em espíritos e em muitas noites sonhava que eles ainda estavam ao seu lado.
Nessa noite em especial, Jaqueline sonhara que estava nua em uma rua muito escura e sua mãe aparecia apontando para o ferimento em seu seio e logo após ela desaparecia e uma imagem que se assemelhava a de um demônio aparecia em seu lugar.
A família de Jaqueline era atéia e em algumas ocasiões seu pai procurou nas forças malignas a solução de seus problemas.
Jaqueline continuava a ter pesadelos, e sempre vinham acompanhados de imagens de demônios, em certo momento em seu sonho sentiu um forte sangramento proveniente de sua ferida no peito.
Assustada corria em direção a uma fogueira que não a queimava. Ao entrar em meio às chamas sente a presença do Dr. Tavares, no exato momento em que iria olhar de perto para confirmar sua suspeita, ela acorda.
O medo era real, ao abrir seus olhos depara-se com o médico na sua frente, suas mãos estavam amarradas na cama. Dr. Tavares realizava um ritual de magia negra.
Jaqueline gritava muito, mas infelizmente nenhum de seus vizinhos conseguiu escutar seus pedidos de ajuda.
Jaqueline chorava demasiadamente, pensava que seria estuprada ou roubada, mas o médico tinha outros planos para ela.
O dia amanhece, e Jaqueline continuava amarrada, Tavares dormiu no mesmo quarto e com muito cinismo explicou que conseguiu roubar de sua bolsa uma cópia da chave de sua casa.
Tavares rasga a roupa de Jaqueline, e dá início ao ritual do sacrifício, que duraria muitas horas ou até mesmo dias.
Um pentagrama é desenhado com um canivete em sua barriga, os gritos de dor e desespero foram abafados com uma amordaça.
O sangue escorria lentamente até o lençol, sua pele estava rasgada e queimava muito, pois pingos de vela foram jogados em cima dos cortes.
A cicatriz de Jaqueline parecia ganhar mais forma e tamanho, transformando-se em uma cruz invertida, símbolo do satanismo.
Tavares realizava algumas orações em uma linguagem estranha, Jaqueline sente algo estranho, sua visão lentamente escurece e uma forma demoníaca surge em meio à escuridão. Essa força das trevas parecia conduzir seu espírito a um lugar repleto de fogo.
Repentinamente Jaqueline volta a si, novamente sentido dores insuportáveis vindas da mutilação de um de seus dedos do pé.
Desejava a morte acima de qualquer coisa, pois aquilo era uma situação inimaginável.
Dois dias se passaram.
Jaqueline foi levada para um matagal, agonizando e sem forças ainda resistia às mutilações, quase todo seu corpo já possuía cortes e queimaduras, por pouco não sofreu uma grave hemorragia.
Muito fraca e sem voz por tentar gritar ainda insiste em perguntar o motivo daquilo. Tavares olha para Jaqueline e leva até seus lábios o sangue que escorria de seu abdômen. Sabendo que ela estava em seus últimos dias decide revelar a verdade:
Tavares e Mário, pai de Jaqueline, estudaram juntos na faculdade e descobriram o poder da magia negra. Renunciando a Deus, partiram para o lado do Demônio e conseguiram inúmeras conquistas.
O pai de Jaqueline prometeu sua filha mais velha às trevas se ele conseguisse um status social e reconhecimento da classe médica.
Numa semana após seu nascimento a menina foi marcada com a cruz invertida, em algum dia seria serva ao diabo que viria buscá-la.
Tavares também pediu dinheiro e sucesso e em troca, prometeu acabar com a família de Jaqueline, onde suas almas seriam transportadas para o inferno.
No dia antes do acidente, Tavares mexeu no motor do carro da família, provocando o acidente e morte de todos.
Jaqueline sobreviveu por vontade de Satã, pois para ela existiriam outros planos.
Jaqueline estava em seus últimos momentos, Tavares retirou a amordaça e em seu último suspiro olhou para o médico e mandou-o ir para o inferno.
Tavares riu e cravou uma faca no coração da moça, que nem teve como reagir. Morreu instantaneamente.
O médico teve uma surpresa quando reparou que os ferimentos do corpo de Jaqueline começaram a se regenerar. Lentamente ela retorna à vida, só que desta vez possuída por algo muito poderoso.
Com uma força descomunal arrebenta as cordas que a prendiam e agarra Tavares pelo pescoço. Uma voz grossa e medonha diz que chegou a hora dele pagar a dívida e seu lugar já estava reservado.
Tenta lutar, mas inutilmente consegue alguma coisa. Ele é enforcado.
Jaqueline foi enviada das trevas, para cobrar as dívidas de seu supremo, atrás de uma pessoa simples e aparentemente calma existia a mais confiável filha do demônio.
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